sexta-feira, 3 de agosto de 2012



A TARDE CAI
DENTRO DO SILÊNCIO DA MINHA SALA,
COPAS VÃO DEIXANDO SÓ O CONTORNO NA MINHA JANELA
E SEM QUE EU PERCEBA, AQUI DENTRO JÁ ESCURECEU.
LÁ DE FORA UMA RÉSTIA DE LUZ AINDA PENETRA NAS MINHAS RETINAS
MAS, O ESPAÇO JÁ ENEGRECEU.
PENSO COMO POSSO SER EU,
ASSIM, TÃO CHEIA DE SOMBRA, TÃO POUCA DE LUZ
E NUNCA PERCEBO SE SOU EU QUE VOU A SUMIR BRILHANDO
OU SE É A ESCURIDÃO QUE VEM EM MIM SE APROXIMANDO.





(Giselle Maria)



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Porque trago comigo o cheiro dos crisântemos
Que na vida me acompanhou desde sempre
E mesmo os amarelos cobriram meu coração
De sangue,
De lava,
De uma dor quente.
Esqueço quem não levanta,
Aguardo o nunca que cresce em meio a mim
A morte me faz companhia
Na solidão do meu jardim.




(Giselle Maria)




É BICHO COMENDO AS ENTRANHAS
ESSA DOR ESQUISITA, TAMANHA!
DÁ NÓ NAS MINHAS TRIPAS,
DEVORA MEU CORAÇÃO
E EU AQUI AFLITA!
METÁSTASE NEGRA TRAÇANDO RUMO A ALMA
NEM A MENTE DESVIA, NEM O AR EXPIRA.
LATEJA DOR ESQUISITA...
CRIA SUA CRIA...
MAS, NA MINHA ALMA NÃO
POR FAVOR, ESSA NÃO TOQUES
É A ÚNICA PARTE QUE ME ALIVIA! 




(Giselle Maria) 28/04/2012









QUEM CORRE DE SI, TROPEÇA.
QUEM SE JOGA, CAI.
QUEM SE ISOLA, SOFRE.
QUEM SE ABRE, PEGA RESFRIADO.
NÃO TEMOS ESCAPATÓRIA;
A VIDA FERE, MEU BEM!




(Giselle Maria)






Quero olhar apenas
Partir para a outra praia me afastaria do que sinto;
E esse sentir pode ser vago e meu vago pode ser bem cheio!
Se atravessar as pedras talvez não volte...
A tarde minha maré sobe e encobre toda a costeira
E nem eu mesma sei se irias sobreviver desse lado...
Tem uma linda paisagem, sol, dias claros,
A vista até embaça com tanta luz,
Peixes brilhantes com asas te fazem sorrir
Mas, não há nenhuma casa, teto, nem mesmo de palha!
Apenas uma concha, grande e vazia; é branca,
Se conseguires não se ofuscar ao passar dos dias,
Podes ficar.
Não me atrevo nessa travessia...
Avistar a outra margem é a minha harmonia;
E as aves marinhas seguem de um lado a outro, gritando:
Sua praia tem o sol do meio dia!




(Giselle Maria - 23/03/2012)






Todas as horas
Se debatem na cabeceira da minha cama.
Loucas essas horas...
Gritam apressadas,
Gemem descompassadas,
Giram desituadas!
Que posso eu contra o relógio da vida?
Se ao ouvir a música que passa por mim infinda
E me mostra um filme,
Já no tempo é um curta!
Essa madrugada, fruta picada
Cheia das horas atormentadas...
Se abro os olhos: "Horas Bolas", pra que?
Se é tarde para chegar
E tão cedo para amanhecer!






(Giselle Maria)